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Varejo deve elevar juros, mas teme perda de consumidor

Mário Tonocchi As grandes redes de varejo instaladas no Brasil ainda não admitem mas já procuram fórmulas de até quanto podem repassar as altas nos juros para o consumidor sem espantá-lo. As taxas já estão mais altas em algumas empresas mas ainda praticamente imperceptíveis aos compradores de bens de consumo com a manutenção dos prazos, em alguns casos, de até de 20 meses. A primeira grande rede a anunciar que está disposta a reavaliar as taxas de juros e prazos nas vendas é a Lojas Renner. Em comunicado ao mercado publicado na quarta-feira da semana passada em um grande jornal de São Paulo informou que "em decorrência das recentes alterações que a economia mundial e o mercado financeiro vem sofrendo, as taxas de juros praticadas para novas compras de produtos e/ou serviços sofrerão reajustes, tornando sem efeito, todo e qualquer material impresso porventura existente e cujo recolhimento não foi possível, bem como passível de correção no próprio material por conta de já estar em circulação". A empresa não informa quando haverá alterações na política de juros nas compras a prazo ou qual deve ser a nova taxa. O catálogo de 100 páginas com a coleção Verão 2008/09 anuncia parcelas em oito vezes sem entrada parcelas com reajustes de 5,99% ao mês e até cinco prestações sem juros. Outras redes como Lojas Cem e Casas Bahia não confirmaram os estudos para os reajustes de juros e prazos. A Lojas Colombo informou que ainda não alterou as políticas de prazos e juros, que, em alguns casos chegam a 12 vezes sem acréscimo. O mesmo faz a Riachuelo, que ainda pratica vendas em oito vezes com juros de 5,99% ao mês ou cinco sem acréscimo. Nos dois casos, no entanto, as empresas mantêm equipes em constante análise das taxas de juros praticadas no mercado para determinar qual é o melhor momento para aumentar ou mesmo manter as atuais tabelas. Para o economista do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), Emílio Alfieri, as altas no varejo devem acompanhar as altas nas taxas do Comitê de Política Monetária do banco Central (Copom). "Tudo aponta para a alta nos juros. Para Alfieri, a alta nos juros não representa um grande perigo para os negócios. "O maior impacto nas vendas será gerado se houver redução nos prazos", afirmou. Nos cálculos do economista, com juros mensais a 3,52%, R$ 1 mil saem a R$ 62,40 em 24 meses. Já com juros a 3,95% em 18 prestações, cada uma sai a R$ 78,67, "o que não é grande diferença". Já com os mesmos juros a 3,52%, em 12 vezes, as prestações praticamente dobram chegando a R$ 106,24. "Uma prestação dessas retira do mercado uma grande parcela da classes C e D", disse.
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