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Empresários ‘começam a enxergar luz no fim do túnel’ e melhoram expectativas de contratação, diz FGV

Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) chegou em 76,8 pontos em junho, a mais forte alta desde abril de 2022 e melhor resultado desde outubro.

Os empresários começam a “enxergar luz no fim do túnel” após cenário de demanda interna fraca no começo do ano e agora sinalizam maior abertura de vagas nos próximos meses, segundo análise de Rodolpho Tobler, economista da Fundação Getulio Vargas (FGV).

Ele fez a observação ao comentar a alta de 2,2 pontos no Indicador Antecedente de Emprego (IAEmp) em junho, para 76,8 pontos, divulgada nesta quarta-feira pela FGV. Foi a mais forte alta desde abril de 2022 (4,5 pontos) e levou o índice ao maior patamar desde outubro de 2022 (79,8 pontos).

O especialista comentou que, em junho, o indicador apresentou avaliações positivas disseminadas. “Dos sete tópicos componentes do IAEmp, seis tiveram aumento em junho e o único que não teve mostrou queda que pode ser considerada estabilidade”, afirmou.

Tobler refere-se, respectivamente, às variações em pontos observadas em emprego previsto de serviços (0,2 ponto); tendência de negócios de serviços (0,2 ponto) emprego local futuro (0,1 ponto), situação atual de negócios de serviços (0,7 ponto); emprego previsto em indústria (0,5 ponto); tendência de negócios em indústria (0,5 ponto) e situação atual de negócios em indústria (-0,1 ponto).

No entendimento do especialista, os empresários, de maneira geral, sentiram uma melhora no mercado interno, em junho, bem como cenário mais positivo na atividade. “Creio que ao término do segundo trimestre notamos uma demanda, uma atividade mais favorável”, pontuou. O técnico acrescentou ainda que os setores de comércio e de serviços, os maiores empregadores da economia, perceberam mais esse ambiente mais aquecido, da atividade econômica e da demanda.

Outro aspecto mencionado por ele, que pode ter ajudado a compor aumento do IAEmp no mês passado, é a expectativa cada vez maior, de mercado e empresários, que ocorra corte na taxa básica de juros (Selic) pelo Copom, a partir de agosto. Quando a Selic cai, os juros de mercado recuam também — o que facilita compras e investimentos.

“Junho sinalizou ser um mês mais promissor para o IAEmp”, resumiu.

No entanto, o especialista faz uma ressalva. Mesmo com a alta de junho, o indicador ainda está em patamar na faixa dos 70 pontos, muito distante ainda do quadrante favorável do indicador, de 100 pontos. “Nós temos uma pontuação média de 74,9 pontos no indicador, de novembro de 2022 a junho de 2023. Isso é muito baixo”, acrescentou o técnico.

Ele reiterou que, em seu entendimento, o mês de junho mostra boa disposição do empresariado em contratar mais. No entanto, não há no momento como “cravar” que esse melhor ímpeto de abrir vagas vá continuar em horizontes de médio e longo prazo. Isso dependerá das evoluções, de atividade e de demanda interna, em prazos mais alongados de tempo, notou ele.

“Temos que esperar para ver se esse cenário favorável vai continuar”, disse ao frisar que somente assim também se poderá ter trajetória sustentável de alta do indicador.

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